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A meditação e o sorriso

Atualizado em: 20/12/2023
Tempo de leitura 4 minutes
SUMÁRIO

Em um dos nossos encontros, a professora Lucia Brandão propôs ao grupo a prática da meditação e o sorriso. Porém, antes de iniciarmos, fez uma pergunta que nos levou a uma reflexão.

- Será que precisamos realmente de um motivo para rir ou sorrir?

Primeiramente, podemos dizer que o sorriso, certamente, é inerente ao ser humano.

O sorriso

O sorriso relaxa o corpo e a mente. Quando sorrimos, liberamos substâncias que trazem uma sensação de bem-estar, como endorfinas e serotonina. Além disso, sorrir melhora a elasticidade dos músculos da face, assim como ativa a circulação sanguínea, reduzindo a flacidez, trazendo, portanto, rejuvenescimento.

Mas por que sorrir somente quando alguém nos sorri? Da mesma forma, por que sorrir somente no espelho para ver se os dentes estão em ordem?

Em suma, que tal sorrir para si mesmo? Se for algo estranho para você, tente começar a fazer isso quando estiver sozinho. Talvez descubra, como nós, que a sensação é tão boa que escolherá sorrir inúmeras vezes, sozinho ou até mesmo acompanhado.

Algo que posso dizer, por experiência própria, é que sorrir simplesmente, traz uma sensação de contentamento que ativa o coração, relaxa a mente e o corpo, enfim, alegra a alma.

Lembrei-me, acima de tudo, de quando meus filhos eram pequenos. Adorava quando em suas brincadeiras davam boas gargalhadas. Era um bálsamo para o meu coração de mãe! Assim lá ia eu rindo também...

É incrível como o riso é contagiante e, certamente, alegra o coração.

A meditação e o sorriso - a prática

A prática da meditação e o sorriso é relativamente simples. Então, reserve alguns minutos do dia para si mesmo, sente-se confortavelmente e respire...

Lembre-se de que não precisamos de motivo externo algum para sorrir, ou seja, estarmos vivos já é o grande motivo.

Devagarinho vá esboçando um sorriso ao respirar...

E assim, o sorriso vai relaxando a mente, soltando os músculos do corpo, trazendo uma sensação de profundo bem-estar.

Como exercício, procure ficar por três (3) minutos em meditação e vá esboçando um sorriso. E então, a cada dia, vá aumentando gradativamente esse tempo de meditar e sorrir ... depois, se desejar, avalie como está seu bem-estar.

Motivos para rir ou sorrir

Mas será que precisamos mesmo de motivos para rir ou sorrir?

Para responder esta pergunta, deixo, enfim, um conto escolhido e analisado pela professora Lucia em 23 de março de 2017. Espero que traga para você, da mesma forma que trouxe para nós, uma boa reflexão.

Meditação e o Sorriso

Sobre a Meditação e o Sorriso no Conto ABDULLAH

Por Lucia Brandão

Sobre a Meditação e o Conto ABDULLAH - Por Lucia Brandão - Dr Lilian - Pediatria e Acupuntura

Um místico sufi, que permaneceu feliz durante toda sua vida – ninguém jamais o viu infeliz – vivia sempre rindo. Ele era a risada, todo o seu ser era um perfume de celebração.

Na sua velhice, quando estava morrendo – no leito de morte, e ainda assim alegrando-se com a morte, rindo hilariantemente – um discípulo perguntou-lhe: “Você nos confunde. Agora você está morrendo. Por que está rindo? O que há de engraçado nisso? Estamos nos sentindo tão tristes! Muitas vezes quisemos lhe perguntar, durante a sua vida, por que você nunca fica triste? Pelo menos agora, confrontando a morte, deveria ficar triste. E você ainda está rindo! Como consegue isso?

O velho disse: “É uma chave simples. Uma vez, quando eu era jovem, tinha 17 anos e já era miserável, perguntei ao meu mestre, que era velho, tinha 70 anos e estava sentado sob uma árvore rindo, absolutamente sem nenhuma razão. Não havia mais ninguém lá, não havia acontecido nada e ninguém havia contado uma piada ou qualquer coisa. E ele estava simplesmente rindo segurando a barriga. Eu lhe perguntei: ‘O que há com você, está louco ou coisa parecida?’

“Ele respondeu: ‘Um dia também fui tão triste quanto você é. Então ficou claro para mim que era minha escolha, era a minha vida.’

“Desde esse dia, todas as manhãs quando me levanto, esta é a primeira coisa que decido: antes de abrir os olhos, digo a mim mesmo: ‘Abdullah’ – esse era o nome dele – ‘o que você quer: Miséria? Felicidade? O que vai escolher hoje?’ E acontece que eu sempre escolho felicidade.”

É uma escolha. Tente isso. No primeiro momento pela manhã, quando você está consciente de que o sono se foi, pergunte a si mesmo: “Abdullah, um outro dia! Qual é a sua ideia? Você escolhe a miséria ou a felicidade?

Quem vai escolher a miséria? E por quê? É tão antinatural! A menos que se sinta feliz na miséria, mas então também você está escolhendo a felicidade, e não a miséria.

Do livro Meditação – a primeira e última liberdade, de Osho.

Reflexão sobre o conto a meditação e o sorriso

Li e reli várias vezes o conto acima, enfim, pensei que ele poderia de alguma maneira explicar algo sobre o meditação, o sorriso e os seus efeitos. Então faço aqui uma brevíssima reflexão.

Primeiramente o conto começa dizendo “Um místico sufi, que permaneceu feliz durante toda sua vida”...

Parece quase impossível alguém ser feliz o tempo todo. Mas quem se dispõe a parar suas atividades externas por alguns minutos, como que em stand by para estar consigo, respirando calmamente, com certeza chegará perto do que seja “feliz”.

E o conto continua “ninguém jamais o viu infeliz – vivia sempre rindo”. O riso solto, autêntico, sem motivos, livre, certamente é fruto de quem acessa o seu ser original, e percebe como a vida é um bem em si e merece ser desfrutada com humor, mesmo quando agimos com responsabilidade e respeito.

Que autoridade disse que responsabilidade, assim como o respeito devem ser praticados com uma postura séria, pesada, e rosto até crispado?

Um dia, enfim, o meditante reconhece que o riso e a felicidade podem ser aplicados em tudo o que fazemos nesta vida, sempre com leveza e muito, muito bom humor.

Sorria e seja feliz!

Sobre a Meditação e o Conto ABDULLAH - Por Lucia Brandão - Dr Lilian - Pediatria e Acupuntura

Latitudes

Latitudes, viagens de conhecimento pela Ásia com Lúcia Brandão.

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CRM: 56740 SP
RQE: 40624
RQE: 40625
Médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos em 1986, com Residência Médica em Pediatria concluída em 1989. Porém, o aprendizado é constante e nunca termina. Outras especializações, são necessárias para entender o paciente de uma forma mais abrangente e poder tratá-lo na sua individualidade.

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