O que você vai ser quando crescer? É uma pergunta frequente que os adultos gostam de fazer às crianças. Elas, no entanto, são tão espontâneas, que frequentemente surpreendem!
Minha família
Cresci num lar onde a Arte estava presente no dia a dia.
Meu pai era um comerciante que trabalhava no Ceagesp. Embora gostasse muito de estudar, devido às dificuldades financeiras, cursou somente até a 4ª série do primeiro grau. Em suas horas vagas, autodidata, ia para garagem de casa e ali, ora fazia e esculpia caixas de madeira, ora pintava quadros ou então, fazia alguns dos nossos móveis.
Meus irmãos gostavam de ler e desenhar, inclusive um deles escrevia historinhas. Minha irmã, adorava escrever poesias.
Minha mãe, era filha mais velha e única mulher de um total de dez filhos. Assim como meu pai, não pode estudar o quanto queria, no entanto, tinha grandes habilidades manuais, fazendo bordados e toalhinhas de crochê para enfeitar a casa.
Casinha e bonecas
Eu, a filha mais nova, brincava de casinha e bonecas. Ao montar minha casinha, primeiramente observava o local e a iluminação, dividindo os ambientes com os cabos das vassouras. Da mesma forma, criava desníveis com caixotes onde subia e colocava as caminhas das bonecas.
Finalmente, dava um toque especial - roubava rosas do jardim para colocar nos vasinhos! Mas este toque me saía caro, pois quando minha mãe descobria, além da bronca, ganhava um "croc" na cabeça, para lembrar de não fazer mais tal arte; afinal, ela adorava suas rosas!
Perfume de rosas
Lá ia eu, com minha vontade de fazer perfumes... Pegava as rosas do jardim, separava as pétalas, macerava até tirar o sumo e então, fazia umas misturas malucas que nunca davam certo. Não sei como minha mãe dava falta de algumas rosas do pé. Já sabem, enfim, o que acontecia comigo quando ela descobria, né?
Apesar dos "crocs" na cabeça quando fazia arte, até hoje adoro rosas, principalmente se forem colhidas de um jardim, pois estas sim, têm perfume!
Professora
Lousa, giz, apagador, bonecas sentadas uma ao lado da outra e eu, pequenina, era a professora. Então, um pouco mais crescida, ao invés das bonecas, ensinava amigos da vizinhança que estavam com dificuldades escolares. Dessa forma, descobri que gostava muito de aprender para poder ensinar.
Médica
Uma vizinha me disse que tinha certeza que ao crescer eu seria médica. Ali, no seu quintal, brincávamos suas filhas e eu. Quando era minha vez de ser a médica (pois brincadeira boa é aquela em que todas têm sua vez), ela notava algo diferente em mim - parecia que levava mesmo jeito para aquilo! Dizia que eu tinha paciência de ouvir as queixas das pessoas e com meu estetoscópio de plástico examinava, atentamente, cada uma. No final, rabiscava alguma coisa num pedaço de papel e entregava dizendo ser a receita.
Profissões quando crescer
O que ser quando crescer? Bombeiro, policial, motorista, cantor, bailarina, médico, engenheiro, advogado, professor, dentista, veterinário, farmacêutico, enfermeira, etc, eram estas as possibilidades que existiam quando era pequena.
Hoje existem profissões que nem sonhávamos, e daqui para frente,ou seja, muito brevemente, existirão outras que nem sequer conseguimos imaginar.
A criança e sua natureza
Ao observar as preferências de uma criança ao brincar, podemos ter pistas do que poderá fazê-la feliz no futuro.
No meu caso, todos imaginavam que eu escolheria algo ligado à Arte ou Arquitetura, porém a observação da vizinha foi mais contundente. Ela foi além quando observou meu jeito no trato com as pessoas, a paciência em ouvi-las e a grande vontade em ajudá-las... indicava o que eu seria quando crescer.
Sou muito feliz no caminho que escolhi, mas sei que guardo um olhar especial para a Arte. Ela ainda está presente no meu dia a dia, seja nos objetos que estão ao meu redor ou nas pessoas e lugares que busco conhecer.
Crescer e a infância
Conheci um rapaz que estava muito deprimido porque não via sentido para a vida e nem encontrava prazer no trabalho que fazia. Lembrou-se, então, que os momentos mais felizes da sua vida eram quando fazia e soltava pipas.
Não teve dúvidas, estudou, aprendeu e teve, enfim, coragem para trilhar um novo caminho - confeccionar luminárias e esculturas de bambu, o mesmo material que usava para fazer as pipas.
O olhar para o futuro
Nestes 33 anos de experiência clínica, atendo muitos pacientes. Existem aqueles que acompanho desde pequeninos. Sendo assim, os vi crescer e se desenvolver, desde o início do período escolar, até o dilema da escolha da profissão. Para o estresse das provas do vestibular indico sempre a Acupuntura, porque contribui muito para o aumento da imunidade e o equilíbrio das emoções, que estão todas afloradas.
E quando crescer?
Então, com o término da Faculdade, vem a entrada no mercado de trabalho. Para a maioria dos jovens é uma fase de ansiedade, inseguranças, expectativas, autocobranças e também dúvidas. O apoio e a compreensão dos pais se tornam importantes. Tanto a Homeopatia quanto a Acupuntura são recomendadas neste período, sempre com o objetivo de acalmar a mente e trazer bem-estar. Entretanto, devemos lembrar que a alimentação é a base da nossa saúde e os exercícios físicos são fundamentais para a circulação da energia (Qi ou Chi) e o alívio das tensões.