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Antídotos para Emoções Destrutivas

Atualizado em: 08/01/2024
Tempo de leitura 8 minutes
SUMÁRIO

Antídotos para Emoções Destrutivas sob o olhar da Medicina Tradicional Chinesa (MTC).

As recomendações de antídotos pela MTC estão longe de alcançar todas as emoções humanas. Por isso, relacionamos neste artigo as emoções mais prevalentes e que mais afetam os cinco órgãos: Fígado, Coração, Baço, Pulmão e Rim. Esses efeitos das emoções se manifestam em desequilíbrios físico-energéticos.

Emoções são Naturais

É importante considerar que as emoções são naturais. Elas fazem parte da vida, todas elas: alegria, raiva, tristeza, preocupação, ansiedade, medo, frustração, indignação, revolta, contentamento, gratidão, etc.

Entretanto, o nível e a frequência em que ocorrem, definem seu poder benéfico ou prejudicial. Pois, a longo prazo, emoções exarcebadas podem enfraquecer os órgãos, alterando suas funções e contribuindo para a formação de fatores patogênicos como o calor e a umidade.

Frejat nos conta

Na música Amor pra Recomeçar, Frejat nos fala da medida das emoções, veja o vídeo.

https://youtube.com/watch?v=X7vcLHRK-ys

Emoções Destrutivas

Uma emoção se torna destrutiva quando:

  • É vivenciada por longo período (meses ou anos).
  • É reprimida, negada ou suportada em silêncio.
  • Altera negativamente a direção do Qi.
  • Lesa o funcionamento de um ou mais órgãos internos.
  • Impede a expressão e a liberdade de ser do indivíduo.
  • Lesa a consciência, impedindo o crescimento espiritual.

A seguir, como determinadas emoções nos afetam e de que maneira os valores humanos contribuem para a nossa harmonia.

Entretanto, é importante lembrar, que as mudanças se iniciam em nós. E como consequência, ajudarão a transformar o nosso derredor.

Raiva e Frustração

As raízes da raiva são os sentimentos de frustração, irritação, decepção e ressentimento.

No corpo, a raiva faz o Qi ascender. Assim, a energia que sobe, perturba o cérebro e é percebida nitidamente pela face. Lembra de alguém que fica vermelho de raiva?

Esses sentimentos prejudicam o Fígado (gan), que assim deixa de cumprir suas funções energéticas plenamente. E entre elas, está o garantir o livre fluxo de energia pelo corpo. Entre as consequências: estagnações, alteração da pressão, irritação, intolerância e instabilidade.

Antídotos para a Raiva

Abrir a mente. Buscar opções diferentes na vida. Mudar crenças limitantes e padrões. São atitudes que auxiliam no desenvolvimento da flexibilidade. Com isso:

  • A compreensão aumenta.
  • A Energia Qi flui de maneira harmoniosa.
  • E o Fígado (gan) agradece.

Entusiasmo, Euforia e Ansiedade

O entusiasmo é benéfico para a saúde. Pois, ele tonifica as funções do Coração (xin). Entretanto, a euforia e a ansiedade, se provocarem excitação excessiva, então lesam o Coração (xin).

Todos nós nos sentimos bem quando estamos entusiasmados. Pois isso mobiliza o sangue dentro dos vasos e nos deixa corados. Entretanto, o excesso de estímulo agita demasiadamente a Mente (shen). E, com frequência, enfraquece as funções do Coração (xin). Desequilibra o organismo. A taquicardia é um exemplo desse desequilíbrio.

Antídotos para euforia e ansiedade

Para trabalhar a euforia e a ansiedade é preciso fazer uma atividade de cada vez.

Carpe Diem: que atentemos para o presente, fazendo apenas o que estiver ao alcance. Pois, muito da euforia interna do dia a dia decorre dos anseios em relação ao futuro. Por isso, cultivar hábito de fazer somente o necessário no momento presente, vivendo o agora e o que é possível dentro da realidade. Dessa forma, devemos pensar no futuro, sonhar sempre, mas na medida certa para afastarmos a ansiedade.

Atividades físicas, meditação e terapias corporais auxiliam significativamente no processo de diminuição da euforia e do anseio. E entre os antídotos estão:

  • Aceitação, paz e simplicidade.
  • Aceitar o que independe de nós para mudar.
  • Compreender os fatos, reduzindo as expectativas, partindo do que é simples e real, podem nos ajudar a tranquilizar a mente.

Preocupação e obsessão

A preocupação, excesso de pensamentos, estudos e reflexão consomem fortemente a energia do corpo. Faz estagnar a Energia Qi. E lesa principalmente o Baço (pi), que é o grande pai do metabolismo e um dos responsáveis pelo Qi pós-celestial. Lembre que a preocupação faz mal a saúde.

Do mesmo modo, a obsessão consome a energia e pode ser desencadeada pela fraqueza do Baço (pi). Por exemplo, a obsessão por doces é um sinal de que este órgão precisa ser nutrido. A obsessão é falta de nutrição plena, que depende dos alimentos e também da consciência.

Antídoto para preocupação e obsessão

Em geral, preocupação e obsessão podem ser estimuladas a partir de crenças, de valores e de sentimentos vivenciados constantemente.

Por isso, os antídotos para a obsessão são a reflexão consciente e o autoconhecimento, os quais podem ser conseguidos, por exemplo, com psicoterapia e arteterapia.

Tristeza e Perda

Sentimentos crônicos de solidão e tristeza têm direção descendente e fazem com que o yang desça, quando naturalmente ele deveria subir. Pessoas com sintomas de depressão ficam desanimadas, têm deficiência de Qi e respiração curta, muitas vezes estão indispostas para se relacionar.

Na concepção chinesa, sentimentos como esses alteram a harmonia dos órgãos, como do Pulmão (fei) e do Coração (xin), que se localizam no aquecedor superior (no tórax) e atuam dispersando a Energia Qi e Sangue (xue) ao longo do corpo.

Antídotos para Tristeza e Perda

Fazer exercícios respiratórios para mobilizar e circular o Qi ajuda a diluir a tristeza e a angústia. É importante, pois o Qi estagnado potencializa sentimentos de tristeza e angústia.

Buscar algo que inspire, como elevar o espírito e a consciência diante desses sentimentos. Comemore pequenos momentos. Sinta o sol e respire imaginando que ele entra no seu corpo lhe acolhendo e produzindo alegria.

Treinar o desapego, a aceitação, a compreensão da vida e a conexão espiritual elevam o seu espírito. Pois, aumenta a sensação de bem-estar e facilita o caminho para o novo, minimizando a solidão, a tristeza e a perda.

Medo e Pavor

Quando alguém sente medo crônico, secreta altos níveis de cortisol: corticosteróide produzido pelas glândulas suprarrenais, que ficam próximas ao Rim (shen).

Esse medo faz o Qi descender. Portanto, vivenciar o medo constantemente lesa as funções renais, porque o Rim (shen) têm natureza ascendente. O Qi do Rim deve subir para auxiliar no sistema circulatório e nas funções dos outros órgãos vitais como o Coração. E o medo prejudica esse movimento.

Na cidade grande, o medo está em toda parte. Isso desencadeia a produção excessiva de cortisol e altera quimicamente o cérebro, resultando em depressão e diminuindo a vitalidade.

Antídotos para o Medo e o Pavor

Estimular valores como coragem, segurança e autoconfiança. Pois, é encontrando um lugar dentro de nós, que nos sentiremos verdadeiramente seguros. E esse lugar só pode ser descoberto por meio do autoconhecimento.

O amor e o acolhimento, que nascem no Coração promovem a coragem e a autoconfiança.

Depressão

A depressão é uma patologia que causa alterações químicas no cérebro e está relacionada a neurotransmissores como serotonina e dopamina. Tais alterações provocam mudanças de humor que vão do sentimento prolongado de tristeza ao desespero.

A patologia tem os seguintes sinais:

  • pensamentos dolorosos,
  • falta de autoestima,
  • agitação,
  • ansiedade,
  • falta de interesse no presente,
  • insônia,
  • perda de apetite e
  • variações de humor que pioram com o estresse.

Sabe-se que uma pessoa em depressão secreta altos níveis de cortisol.

Esse hormônio é secretado quando há medo. Portanto, a pessoa depressiva vive em estado de medo crônico, que o afasta de qualquer nível de felicidade e bem-estar. Por isso, na visão da Medicina Chinesa, o medo é um sentimento relacionado ao Rim.

Em Alerta

Quando, em estado de alerta, o Rim estimula as glândulas que secretam hormônios do estresse, que preparam o indivíduo para a defesa. Assim, em uma cidade como São Paulo, o medo se apresenta: no trânsito, no trabalho, nos relacionamentos e na saúde, etc.

Além disso, o Rim é a base do yin e do yang, ou seja, fornece a energia para manter o funcionamento e a estrutura dos órgãos internos.

Portanto, quando o Rim está enfraquecido, então todos os demais órgãos deixam de receber a nutrição adequada. Assim, na visão oriental, a depressão é um sinal, que acomete o funcionamento do Fígado, do Coração e do Pulmão.

Fígado (gan)

No Fígado (gan), a depressão é caracterizada pela falta de criatividade, de ideias, de imaginação, de objetivos e de propósito de vida. A estagnação da energia do fígado leva o indivíduo a ter dificuldade de encontrar saídas para os problemas diários.

Coração (xin)

No Coração (xin), a depressão é caracterizada pela falta de alegria e de interesse no presente, além de grande sentimento de culpa.

Pulmão (fei)

No Pulmão (fei), o sentimento crônico de angústia lesa as funções energéticas, provocando aperto no peito, respiração curta e desejo de morrer.

Antídotos para a Depressão

A MTC trata a depressão com eficácia por meio de acupuntura e fitoterapia. Para tal, utilizamos pontos que nutrem e equilibram as funções dos órgãos em questão.

Também, o uso de fórmulas magistrais é altamente recomendado.

Ervas frias e amargas acalmam a mente e nutrem o Coração, promovendo o bem-estar e a abertura da mente para novos caminhos. Já as ervas mornas elevam o Qi, melhorando o humor.

Todo e qualquer tratamento fundamentado na MTC tem o propósito de levar tranquilidade ao espírito, proposta esta, de influência taoísta.

Culpa e Vergonha

O sentimento de culpa nem sempre é percebido em muitos casos clínicos. Pois, há pessoas que deixam de levar esse sentimento a sério, sem imaginar o quanto ele pode ser destrutivo.

"... a culpa está completamente ausente dos livros de Medicina Chinesa”. Entretanto, sabemos que esse sentimento desequilibra o organismo, pois o corpo é afetado todas as vezes que alguém é abalado emocionalmente."

Maciocia (1996)

A culpa pode causar estagnação do Qi, ou seja, paralisar o fluxo suave de energia e prejudicar principalmente as funções do Rim (shen). Quem se culpa, retém energia, o que contribui para o sentimento de insegurança, acometendo as funções renais e impedindo o fluxo harmônico do Qi.

Os chineses acreditam que o Rim (shen) abriga a força de vontade e a coragem do indivíduo. Por isso, o sentimento crônico de culpa lesa as forças internas e também desestabiliza a mente, perturbando as funções do Coração (xin).

A vergonha, por sua vez, além de contribuir para a estagnação do Qi, também provoca o que os chineses chamam de afundamento do Qi, pois ela atua descendendo o Qi.

Quem sente vergonha olha para baixo, encolhe os ombros e por vezes se esconde, segurando sua própria energia. Assim, o aquecedor inferior fica estagnado, causando desequilíbrios que reforçam o medo.

Antídotos para Culpa e Vergonha

A vergonha está mais relacionada às crenças do indivíduo do que a situações difíceis em si.

“uma vez que entendemos o quanto do nosso comportamento é controlado, inconscientemente, pelas crenças dos outros, cada um de nós pode, legitimamente, libertar-se dos grilhões da culpa e da vergonha”.

Lipton (2009)

Portanto, para nos livrarmos da Culpa e da Vergonha, precisamos:

  • identificar, avaliar e reformular crenças que carregamos.

Emoções Destrutivas

Todas essas emoções que são destrutivas. Pois, prejudicam o funcionamento dos órgãos internos (zang), comprometendo a saúde.

E essas emoções destrutivas, quando vivenciadas de maneira crônica, podem provocar fatores patogênicos como o calor interno e umidade. Por isso, para manter a saúde, é importante ir além da nutrição física e buscar a promoção total da saúde, que envolve a harmonia das emoções e a prática da espiritualidade.

Fontes

  1. Maciocia G. Os Fundamentos da Medicina Chinesa: Um texto abrangente para acupunturistas e fitoterapeutas. 1ª ed. São Paulo: Roca, 1996.
  2. Lipton, B; Bhaerman, S. Evolução espontânea. Portugal: Lux Citania, 2009.
  3. Arantes, AM; Dietoterapia Chinesa. São Paulo: Roca, 2015.
CRM: 56740 SP
RQE: 40624
RQE: 40625
Médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos em 1986, com Residência Médica em Pediatria concluída em 1989. Porém, o aprendizado é constante e nunca termina. Outras especializações, são necessárias para entender o paciente de uma forma mais abrangente e poder tratá-lo na sua individualidade.

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